terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ribeira do Porto – Cultura, Gastronomia...


O cartão postal mais conhecido do Porto merece logo uma visita. A Ribeira do Porto mostra um belíssimo casario e é um óptimo início para espreitar os pormenores das ruas estreitas da cidade. Ok, é uma zona mais procurada por turistas, às vezes é um pouco mais caro, etc, mas sentar numa mesita e tomar um “fino” ou um Porto pra perceber melhor o movimento local é uma excelente pedida. Mesmo morando na cidade, eventualmente descia para almoçar ou ali dava uma parada quando passava de bike. Das tascas e restaurantes mais típicos que experimentei, voltei algumas vezes ao A Marina (Cais da Ribeira, 29), que é bem próximo à Ponte D. Luís I. Depois do Queijinho da Serra acompanhado com a Meloa com Porto, tente o Polvo ao Lagareiro com um bom binhinho berde...

Movimento na Ribeira do Porto.
À noite também...












Por causa do Douro a Ribeira sempre foi uma região muito movimentada, com feiras e mercados, mas a modernidade das calçadas e mobiliário urbano vem de obras feitas em 2001, quando o Porto foi Capital Européia da Cultura. Já o visual actual das casas da Ribeira é do século XV, quando a Ribeira foi reconstruída depois de um grande incêndio. Na parte de cima do muro, fica o Vinhas D'Alho, restaurante que "revê" elementos da cozinha tradicional e oferece boa comida, num formato contemporâneo e por um preço um pouco mais alto que o standard local. Uma saída é o menu executivo servido de segunda à sexta ao almoço (couvert, sopa, prato, bebida, futa e café), por 13,50 euros. À sexta-feira geralmente o prato do dia sugere Tripas à Moda do Porto. Boa carta de vinhos, com diversas sugestões de vinho "a copo". Muro dos Bacalhoeiros, 139/140. Tlf: 222 012 874. Se fores reservar, pede uma mesa ao lado do muro e prepara a câmera - o visual é perfeito pra deixar um começo de tarde passar. Do outro lado do Rio Douro, a Vila Nova de Gaia e os muitos armazéns de Vinhos do Porto.

Brasil X Portugal (Copa 2010)


A Praça da Ribeira, ou Praça do Cubo, está voltada para o Douro, cercada de bares e restaurantes, e ali acontecem diversos eventos abertos a todos. Na parte mais alta está a Fonte de São João Baptista, (século XVIII) padroeiro da cidade, com estátua inaugurada em 2000. Já o chafariz onde está o Cubo (década de 80) data do século XVII e foi reconstruído no local onde escavações descobriram sua posição original.









Bate perna por ali. No nível do rio e por cima, nos muros, há detalhes interessantes a serem descobertos. Uma delas é um portão que fica abaixo do Muro dos Bacalhoeiros, o Postigo do Carvão (postigo é uma pequena porta, que se abre em outra maior). As Muralhas Fernandinas, que foram construídas para proteger o Porto no século XIV, possuíam 18 portas e postigos. O Postigo do Carvão é o único que sobreviveu até hoje.

Na Rua da Alfândega, 10 fica a Casa do Infante, que já foi Alfândega e Casa da Moeda, mas desde 2005 é um pequeno museu da Câmara Municipal que resume a história da oupação do Porto desde a presença dos romanos, com excelentes instalações e em diversas "media". Dizem que nela nasceu o Infante D. Henrique, o navegador. Há um piso de mosaico romano e diversas evidências de outras épocas do Porto, complementadas por uma maquete do Porto medieval. Muito fixe. É um bom exemplo de como se deve respeitar a História de uma cidade. Entrada baratinha e visita rápida, não deixes de ir. Quem mandou por aqui foi o Pero Vaz de Caminha, que ao se juntar à esquadra de Cabral ocupou o posto de "Mestre da Balança da Casa da Moeda".

Ali perto também tem o Palácio da Bolsa, que é aberto à visitação. Todo o prédio é imponente e muito bonito, com destaque para o Salão Árabe, impressionante e riquíssimo em detalhes - vale demais conhecer. Eventualmente acontecem concertos de piano neste salão e nele são recebidos chefes de estado. É um óptimo programa e a visita guiada dura meia hora. No início de março acontece ali o Essência do Vinho, um evento que reúne os melhores produtores do país para mostrar seus produtos. Boa chance de conversar com alguns donos de Quintas tradicionais de Portugal.

Dica: Ainda no Palácio da Bolsa, o restaurante "O Comercial" complementa em alto estilo a visita. Decoração clássica, com pormenores que impressionam. No jantar os preços não chegam a assustar, mas o restaurante oferece um convidativo menu executivo ao almoço, por módicos € 13 (couvert, entrada, prato principal de peixe ou carne, água, vinho, sobremesa e café). Imperdível, eu diria. Satisfação garantida com serviço imp'cável.

Mesmo em frente ao Palácio fica o Mercado Ferreira Borges, recentemente reaproveitado e que agora abriga o Hard Club, com espaço para eventos, palcos para shows, restaurante e café. Ainda não conheci, mas na próxima ida confiro. O Mercado foi uma iniciativa do governo (1888) para substituir o antigo mercado da Ribeira, mas o povo gostava do anterior e simplesmente ignorou o upgrade. Ficou abandonado por um bom tempo.

Detalhe do Pimm's, na época das festas juninas


Da última vez em que estive no Porto conheci um restaurante logo abaixo do Palácio da Bolsa, do outro lado da rua,  o Pimm's. O almoço executivo, bom, rápido e barato ataca de culinária portuguesa, mas o jantar é mais globalizado. A qualquer hora, o atendimento é um dos pontos fortes do estabelecimento.





Mesmo para quem não é enófilo, indico uma parada no IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto), que possui um espaço de promoção aberto ao público. Conta com uma sala de provas (que são comentadas) e um circuito de visita que apresenta o processo de certificação - apreciações laboratoriais e sensoriais - dos vinhos do Porto e do Douro. Tem um espaço de venda com uma grande variedade destes vinhos. Segunda a Sexta, das 11h00 às 19h00. Rua Ferreira Borges, 27, um pouquinho acima do Palácio da Bolsa.



Não posso deixar de comentar a Igreja de São Francisco (Século XIV!), a única de arquitectura gótica no Porto. Além da talha barroca dourada e dos 600 Kg de ouro da sua decoração interna, o destaque maior é a Árvore de Jessé, a árvore de família de Jesus, com os 12 Reis de Judah. Só essa peça já vale a visita. Durante o cerco do Porto, em consequência da guerra civil travada entre Liberais e Absolutistas (1833, com D. Pedro I na liderança, lembra?), o claustro gótico de S. Francisco foi totalmente demolido. No seu lugar foi construído o Palácio da Bolsa. Com o  ingresso, visitas também  as catacumbas e a pequena coleção de arte sacra.



Como todo mundo viu no colégio, a Invasão Francesa em Portugal forçou a vinda da família real para o Brasil. Em maio é sempre lembrada pela Invicta a expulsão das tropas de Napoleão. Se estiver de passagem pelo Porto, não perca!! As fotos são de 2009, quando foram lembrados os 200 anos da Invasão.



Delegações das associações napoleónicas da Holanda, da Bélgica, da Alemanha, de Espanha e do Reino Unido comparecem para reviver a batalha histórica, vestidas como em 1809. A Ribeira é tomada por tiros de canhão e bacamartes, com muita correria e festa ao final. São 500 pessoas na encenação, é muito bacana.

















Antes que eu esqueça: é muito oferecido para os turistas um cruzeiro de um dia no Douro, até Peso da Régua. Opinião pessoal: não vale a pena, pois a paisagem deste trecho já está muito alterada pelos humanos. Se quiser conhecer um trecho intacto do Douro, negocie um passeio de barco a partir do Pinhão, sobre o qual falarei ao referir-me à região do Douro. No Porto, opte pelo passeio que passa pelas pontes e vai até a Foz do Douro, nos barcos típicos dali (rabelos). Dura cerca de 40 minutos, custa 10 euros e é muito bom. A primeira foto deste post e a foto da Igreja de São Francisco foram feitas neste passeio.



E, por fim, tem a Ponte Luiz I. Foi inaugurada em 1886, dia de anos de D. Luiz I, rei de Portugal. A empresa de François Gustave Théophile Seyrig ganhou um concurso que foi realizado para a sua construção, à frente da empresa de Gustave Eiffel, da qual Seyrig já tinha sido sócio e chefe de projecto aquando da construção da Ponte Maria Pia (1877). Realmente, são muito parecidas e lembram a Torre Eiffel. O interessante é que na base está escrito “Ponte Luiz I”. Ouvi dizer que, como o rei não compareceu à inauguração, os tripeiros omitiram o título “Dom”. No site da Câmara do Porto consta “Ponte Luís I”. Sei lá eu. É naturalmente o “Ex libris” da cidade.
Linha D do metro
Perto da Ponte
 


Aqui aconteceu uma tragédia durante a Invasão Francesa citada acima., bem antes da construção desta ponte de ferro. Encurralados na Ribeira, milhares de habitantes do Porto tentaram escapar pela Ponte das Barcas, um corredor de madeira apoiado em barcos. Com o excesso de peso gerado pelo pânico, a ponte não aguentou. O grande número de pessoas que morreu nesse dia (cerca de 4 mil) é lembrado por flores e velas que são depositadas nas “Alminhas da Ponte”, uma escultura em baixo-relevo que lembra o acidente, ao lado da ponte actual.

Cervejola e finde tarde na casa da guarda
Uma nova ponte com barcas foi feita e somente em 1843 foi construída uma ponte pênsil, da qual restaram os pilares e a casa da guarda, que regulava e cobrava portagens para a travessia.
O que restou da ponte pênsil















Bem, chega de pontes.

Uma muito-boa opção, perfeita para um jantar (a ver a ponte), é o Dom Tonho. Tem um ambiente com paredes de pedra para dar o clima, é requintado, com um óptimo serviço e oferece comida muito bem cuidada. É fácil de achar, fica próximo à ponte de ferro (Cais da Ribeira, 13 - 15). Tem também uma filial do outro lado do Rio Douro, em Gaia, que fica numa espécie de "cápsula" prateada gigante, logo depois da ponte. 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ora bem... (A chegada ao Porto)


O Aeroporto Francisco de Sá Carneiro é o mais moderno de Portugal (depois da reforma de 2005) e um dos melhores da Zoropa. Foi eleito o melhor do mundo na categoria “Até 5 milhões de passageiros por ano”. É bem servido de acessos – estradas e metro. Dá show em qualquer aeroporto que conheço no Brasil, por esses motivos e pelos serviços de entregas de bagagem, limpeza, free shop, etc. Logo na chegada vale passar na lojinha de turismo e catar informações sobre a programação cultural do Porto, um mapinha do metro e um da cidade. Um taxi de lá pro Centro fica em torno de 20 euros, mas o metro é uma óptima opção! É só descer o elevador, andar por um túnel de uns 100m e subir uma escada rolante para nele embarcar. Boa parte do trajecto é na superfície e nessa já se dá uma primeira olhada na cidade. Mais detalhes aqui.

Dica: há uma conexão com autocarros que passa pelo aeroporto para Vigo (Galícia), cinco vezes por dia durante a semana e uma vez por dia, nos finais de semana. Com direito à sala VIP e informação sobre localização exata do autocarro. Já fiz essa viagem, é tranquila (1h45). Se a idéia é aproveitar a ida para conhecer Compostela, essa é a melhor pedida, caso não tenhas alugado um carro. Os comboios para Vigo, que fica próximo a Santiago, são péssimos.

A Câmara Municipal criou o Portocard, um cartão que tem validades de 1, 2 ou 3 dias e que abrange transportes, entradas em Museus e descontos em diversas entidades associadas. Como morei lá, nunca usei, entretanto pode até ser uma opção. O melhor é checar o que ele tem de vantagens em descontos e parcerias. Costumo definir o que quero ver das cidades e comparar preços e comodidade, mas foram pouquíssimas as vezes que optei por um cartão assim. O site do Portocard (Porto Turismo) tem um mapa interessante,  que você pode imprimir para acompanhar este humilde relato...
Detalhe do mapa
Também há o Passaport VIP, que reúne a empresa de turismo Douro Azul, Caves Calém, STCP Serviços, Fundação de Serralves, Fundação Casa da Música, Museu Nacional Soares dos Reis, Museu do Carro Eléctrico e o Sea Life (que ainda não conheci). Vale por 48 horas (com previsão de lançamento de uma versão para 4 dias) e custa, segundo li, € 39. Há uma versão para crianças, € 10 euros mais barato. O total que um adulto gastaria com essas atrações é de € 56. Haja disposição para uma maratona cultural assim... Segundo a divulgação do produto. o passaporte garante o “escapar a filas”, tratamento diferenciado, uso de áudio-guias e descontos em lojas de lembranças. Pode ser comprado em quiosques STCP ou nas empresas aderentes. Uma vantagem que vejo é o subir e descer do sightseeing em pontos estratégicos, o que se consegue também se a opção for apenas o sightseeing. Pessoalmente, gosto mais é de descobrir os detalhes da cidade e os hábitos de quem ali mora e acho que a melhor maneira, quando possível, é a pé.  Avalia.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Transportes


A melhor opção depende muito de quantos dias é a estadia na cidade. Ao menos por uns 2 dias um carro não é necessário, mas depois disso o ideal é alugar um. A EasyCar (da EasyJet) tem óptimos preços. Já aluguei com a Interrent também. Podes firmar o Porto como base para passear pelo Norte ou como ponto de partida para o Sul, se for o caso. E ainda podes explorar melhor Gaia - um carrinho alugado é sempre uma boa.

Comboios - se não alugares um carro, os trens (comboios) são uma boa opção para deslocamento pelo país. Baratos e pontuais, os comboios, ainda que inferiores em qualidade ao restante da Europa, conectam pontos importantes a serem visitados. São 3 categorias:
Regionais – mais simples e baratos, mas bem menos confortáveis e mais demorados (param em muitas estações). Dependendo dos horários, valem para trechos curtos.
Intercidades – bom custo-benefício, são os que uso mais.
Alfa Pendular – Um pouco mais confortáveis, viagens um pouco mais rápidas. Um pouco mais caros, mas valem a diferença.

Metro - Para rodar pela cidade, o metro ajuda em muitos trajectos e é integrado com os ônibus (autocarros), bondes (eléctricos) e funicular. Em função do deslocamento pode ser uma boa. Na primeira compra paga-se € 0,5 por um cartão com chip (Andante Azul), para ser carregado com títulos, que equivalem a viagens. Na compra de 10 títulos, são carregados 11. A depender do trajecto, o valor do título é diferente e o esquema de Zonas e preços do metro não é simples. O melhor é, na hora de comprar, ver na estação uma tabela que diz, a partir da que estás e pra onde queres ir, qual a Zona que deves comprar. Pro aeroporto, por exemplo, partindo da Baixa, é a Zona Z4. Se duas zonas estiverem carregadas no cartão, o último título carregado é utilizado na validação. 

Estação Jardim do Morro, linha D, ao lado do Mosteiro de Nossa Senhora do Pilar.
  Conectado ao Teleférico de Vila Nova de Gaia.





Não há roletas nas estações, mas (importante!) o cartão tem que ser validado em uns aparelhos amarelinhos antes do embarque. Eventualmente há fiscalização e se o cartão não estiver validado, os fiscais cobram um valor equivalente a 100 vezes o valor do trecho. E é na hora. Existe também o Andante Tour, que vale por um ou três dias e dá acesso à toda a rede de transportes coberta pelo Metro. Mais detalhes


Metro na Ponte D. Luís I

Meio complicado, né? Mas esse serviço de metro é exemplar, vale um passeio pra experimentar.

Uma dica: Um título equivale a uma hora de viagem (Zona Z2), que pode incluir um autocarro ou um eléctrico. É possível, por exemplo, pegar um metro pra Estação São Bento, sair, fazer umas fotos e depois pegar o Funicular dos Guindais para a Ribeira. Com o mesmo título.
Outra: Os taxis, na maioria Mercedes, são uma boa opção para distâncias curtas. Até 3 ou 4 Km (não lembro exatamente) é cobrada apenas a bandeirada. Em percursos que não sejam bem servidos de transportes, lembre dessa.

Porto - A Invicta

Wikipedia - É a cidade que deu o nome a Portugal – desde muito cedo (200 a.C.), quando se designava de Portus Cale, vindo mais tarde a tornar-se a capital do Condado Portucalense. A cidade do Porto é conhecida como a Cidade Invicta, ao longo dos séculos e graças a feitos valorosos dos seus habitantes, ratificados por decreto de D. Maria II de Portugal (filha do nosso D. Pedro I).

A origem da cidade é datada de oito séculos A.C (Idade do Bronze). Durante a ocupação romana já havia edifícios de porte e a cidade controlava uma rede viária importante, que ia de Lisboa à Braga.
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Os habitantes do Porto são conhecidos em Portugal como “tripeiros”, por causa de um destes tais feitos valorosos. Em 1415 a população apoiou a organização de uma armada que de lá saiu para a conquista de Ceuta (Marrocos), provendo toda a carne disponível para os guerreiros. No Porto ficaram somente as tripas, o que os levou a criar as “Tripas à Moda do Porto” - a nossa Dobradinha. Então é essa a primeira dica. Gostas de dobradinha? Prova a original :)... Inúmeros restaurantes as oferecem, mas não em todos os dias. Em tempo: a Estação Ferroviária de São Bento, na Baixa do Porto, tem um belíssimo painel de azulezos da tal batalha e é um ponto a ser visitado na cidade. O interior é revestido com 20.000 azulejos, que ilustram a conquista de Ceuta e outras passagens históricas.

Rabelos no Douro
Só mais uma cena histórica: quando D. Pedro I foi espanado do Brasil  enfrentou o irmão, D. Miguel, que queria tascar o trono português na marra, após a morte de D. João VI. D. Pedro foi para os Açores, recebeu apoio dos liberalistas e montou um exército para garantir a coroação de sua filha, já citada acima. Desembarcou ao Norte do Porto em 1832 e ali montou a base para combater o exército do irmão, líder dos absolutistas. O Cerco do Porto durou cerca de um ano e meio e não vou detalhá-lo aqui, mas a lealdade dos tripeiros foi a razão pela qual D. Pedro I, que sempre esteve na Igreja da Lapa nos domingos deste período, ofereceu seu coração ao Porto. Literalmente, pois o coração do Imperador brazuca está hoje na Igreja da Lapa, em uma urna de cristal. Está conservado em formol e a cada 10 anos o seu estado era observado, mas devido a um fenómeno fotoquímico o coração não parava de crescer e foi encerrado para sempre por trás de uma das paredes da igreja. Foi ele, o Rei D. Pedro IV, quem a descreveu como a "muito nobre, invicta e sempre leal" cidade do Porto. 

Alguns números sobre a cidade:
. O Porto é a capital do Distrito do Porto.
. Área: 41,66 Km²
. População: 210.558 habitantes em 2009, com tendência de diminuição. Em 2002 eram 263.131 e em 2005 eram 233.465.
. População da área metropolitana do Porto: cerca de 1.400.000 habitantes.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A ideia

Sempre gostei de viajar. Quando miúdo, acho que era a única razão que me fazia pular cedo da cama, normalmente para pegar estrada com a minha família. Meu pai adorava viajar com todos no carro, foram momentos únicos e sempre lembrados com carinho. Pensando bem, até hoje acho que viajar é um dos poucos motivos para ajustar o despertador com prazer.

Coleciono souvenirs, imagens, algumas anotações, cheiros e sabores de todos os lugares por onde andei. Desde essas viagens de Recife para Salvador da década de 70 guardo as lembranças. Muito bom.

Entre 2007 e 2009 fiz uma “sabática” no Porto, norte de Portugal, cidade que me acolheu como se já de lá fosse e que trouxe comigo no retorno ao Rio de Janeiro, de diversas formas. Fiz um Mestrado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pude conviver com o que o país guarda e oferece, entendendo aos poucos e na prática os caminhos do “tuga lifestyle”. Viajei muito por lá  e tive a oportunidade de conhecer recantos fantásticos do País. Nunca tive pressa para isso, pois ficou a certeza de que Portugal é um lugar para onde voltarei sempre e que estará sempre por perto.

Castelo de Vide - Alentejo

Pode parecer, mas não é fácil escrever sobre viagens. Lugares inesquecíveis para uns torcem o nariz de outros. Sabendo disso inicio esse blog e é bom lembrar: essa é a minha visão sobre os lugares aqui citados!! Se por acaso não gostar de algum deles ou de algumas recomendações, peço desculpas. Seria ótimo receber suas impressões sobre elas e prometo que, na medida em que volte de novo aos lugares, revejo o que escrevi e confiro sugestões recebidas. Presto muita atenção à história dos lugares por onde ando - acho que é uma forma de entender melhor o que se vê. No caso específico de Portugal, a história nos aproxima e ajuda a compreender melhor o Brasil, o porquê de onde estamos e (um pouco) do que temos por aqui.

Espero que gostem. A ideia desse blog é servir de apoio a pessoas que irão passar pelos lugares que cito. Se eu tiver tempo suficiente para esgotar o que quero escrever sobre Portugal, dou continuidade a essa experiência e posto trips por outras bandas. A partir daqui, escrevo em português de Portugal, para que te acostumes aos poucos com alguns termos e o jeito de falar. Os portugueses que me desculpem, caso haja alguma gralha!! Abjs,

Suca.

PS: Gralha  é um erro num texto, devido a uma distracção. Prontos, já começou...