terça-feira, 19 de abril de 2011

Vinhos do Porto


Portinhos a descansar...
E chegou a hora de falar sobre essa instituição, já que o assunto chegou perto. A Região Demarcada do Douro, a cerca de 100 Km a leste do Porto, é a região vitivinícola com a mais antiga delimitação de origem controlada do mundo. Foi delimitada em 1756, pelo Marquês de Pombal, apenas um ano após o terramoto que devastou Lisboa. Os binhos, já importantes  na balança comercial portuguesa à época, receberam isenção de impostos no comércio e exportações e eram monopolizados pela Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, ou Real Companhia Velha.


Mais infos aqui.
Oferecendo vinhos excepcionais e únicos, a região produz excelentes vinhos de mesa, mas a grande referência do Douro continua a ser o Vinho do Porto. O processo de produção consiste na interrupção da fermentação do vinho para a adição de aguardente vínica. Este procedimento lhe confere uma maior doçura, pois o açúcar da uva não se converte completamente em álcool e, claro, um maior teor alcólico. O Vinho do Porto é feito a partir de diversas castas de uva – As vinhas contém um grande número destas castas (10, 20, 30 ou mais).


Vinhas antigas na Quinta das Apegadas (Douro)

O processo reúne características naturais únicas, somente encontradas no Douro, e o comportamento humano local, desenvolvido durante séculos. Eu sou muito suspeito para falar, pois a minha tese de mestrado foi desenvolvida no Douro e fui contagiado por tudo de bom que a região oferece. Poderia falar muito sobre isso aqui, mas como o foco do texto é viagem e vais visitar o Porto, o melhor é que conheças a história em uma visita a uma (ou duas, três...) caves situadas em Vila Nova de Gaia.

Pipa em barco rabelo
Caves em Gaia. São muitas...












Além de apreciares uma belíssima vista do Porto, é uma oportunidade única de ouvir relatos sobre o famoso vinho enquanto percorres os corredores e salas frias em uma visita guiada, envolta em um aroma que esse humilde blog jamais conseguiria narrar, percebes? Não precisa ser amante dos vinhos para isso, esse é um programa obrigatório para entender um pouco melhor a própria história do Porto e de sua gente. Então vamos a isso!

Deixo ao menos uma palinha sobre os Portos e suas categorias:

Ruby - Conserva o aroma frutado e sustenta a cor por muito tempo. Têm uma rápida passagem pelas pipas (barris de carvalho) e devem ser consumidos logo após a abertura da garrafa, pois o contacto com o oxigênio "rouba-lhes" logo as características conservadas. São encontrados os Ruby, Ruby Reserva, LBV (Late Bottled Vintage) e Vintage. O Vintage, principalmente, envelhece muito bem em garrafa e é considerado a "jóia da coroa" dos Vinhos do Porto. Só tem produção reconhecida em anos que reúnem condições excepcionais na produção das uvas. Já os LBV, que são produzidos apenas a partir de uma única e ótima colheita, apresentam algumas características  dos Vintages, mas podem ser usufruídos logo após o engarrafamento, pois não evoluem tanto ao envelhecerem em garrafas.

Tawny – Envelhecido em pipas, os vinhos ficam mais claros (e bem mais caros) na medida em que permanecem mais tempo por lá. Podem ser consumidos assim que engarrafados e conservam-se um pouco mais que os Rubys após a abertura da garrafa. São: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade (10, 20, 30 anos...) e Colheita. Um Tawny 30 anos, por exemplo, não permaneceu exatamente este tempo no carvalho. São misturados vinhos de pipas com diferentes envelhecimentos, que reúnem condições que caracterizam os 30 anos. Se ficou alguma dúvida, óptimo!! As guias das caves irão falar muito bem sobre o tema.

Branco – Menos conhecido, existe em diferentes graus de doçura e envelhecimento. Experimente um drink que alguns lugares oferecem, com 1/3 de Porto Branco Seco (Dry White), 2/3 de água tônica, uma rodela de limão e gelo. Bom pra dias quentes :)

Rosé – Menos conhecidos ainda, são geralmente servidos gelados ou com gelo. Devem ser consumidos enquanto jovens.

Degustação de Portos na Quinta De La Rosa (Pinhão - Douro)

Sobre as visitas às caves, que custam cerca de € 5, sugiro 3 opções:


Caves Cálem – Logo no início da Ribeira de Gaia (a mais próxima da Ponte Luiz I), completou 150 anos em 2010 e merece ser vista. Visita bem organizada e prova de um tawny e um branco incluída no módico preço. Aberto todos os dias (Maio – Outubro: 10:00 – 19:00, Novembro - Abril: 10:00 – 18:00). É de lá o "Velhotes", um dos Vinhos do Porto mais populares de Portugal. A partir daí e dependendo da animação, coça o bolso para adquirir um 10, 20, 30 ou 40 anos. Ou um vintage, pra se lembrar da visita ao retornar para casa. A Cálem ganhou o Best of Wine Tourism 2008 - Categoria Wine Tourism Services.


Best of Wine Tourism (2009)
Visual do jardim
Caves Ferreira –  A visita é um pouco mais extensa que na Cálem e cita fatos da vida de D. Antónia Ferreira, a "Ferreirinha", figura mítica do Douro.  nteressantíssima e com guias bem preparados. Ao final, após o jardim, chega-se à inexorável lojinha, onde acontece a degustação. Funciona todos os dias do ano  (10h - 12h30 e 14h – 18h).




Caves Graham's -  Para mudar um pouco o ângulo, vale muito subir às caves da Graham's e de lá admirar o Porto enquanto provas os Portinhos. De propriedade do grupo Symington, a Graham's possui o maior dos estoques de vinhos do Porto - 7.000.000 de litros. Ressalto a impressionante adega de Portos Vintage e o espaço para provas, bonito e aconchegante. Um detalhe interessante da prova é ser feita em um balcão com uma luz branca por baixo dos copos, o que permite confirmar claramente as nuances de cor entre os diferentes tipos de vinhos. Para além das provas, incluídas na visita, o winebar  propõe alguns menus de Portos e um belo leque de possibilidades para provar os vinhos do grupo a copo. Com tudo isso, é bom fazer uma reserva. Podes ir, é garantia de boas lembranças.  O SucaTrips garante :)


quinta-feira, 17 de março de 2011

Roteiro 1: Bike à beira do Douro


Humildemente” deixo aqui algumas sugestões que podem agilizar sua viagem e optimizar o que podes usufruir da cidade. O site Porto Turismo oferece alguns roteiros em mp3, em Apps Móveis. São roteiros interessantes, com informações históricas, culturais, vale baixar e levar no Ipod-like. Tem também "Apps"  para as principais plataformas de smartphones e tablets, com conteúdos e serviços sobre a cidade.

De bike pelo Porto - da Ribeira à Matosinhos.
 
Começo com o que era o meu passeio predilecto, feito inúmeras vezes na companhia da meu indefectível camelo:
Specialized Hard Rock
Se disposição e rabo (é como de diz em Portugal) não forem problema, podes alugar uma bike na Bluedragon City Tours (Av. Gustavo Eiffel, 280). Após a Ponte D. Luís I, fica logo depois do Funicular e fica aberta das 9h às 14h e das 15h às 19h. Era bom alugar também uma corrente com aloquete (cadeado, no Norte de Portugal), para parares onde despertar interesse. O Porto não conta com uma grande rede de ciclovias e a consciência dos motoristas com relação às bikes não se compara com outras cidades da Europa, mas este roteiro é tranquilo. 

HR em acção

A partida é mesmo ali. Podes aproveitar e pedalar um pouco  na direcção oposta à ponte de ferro, para obteres ângulos diferentes .

Toma cuidado com o cruzamento ao passar pela ponte, cruza a Ribeira e...
...ao final, sobe a ladeira à direita e logo à esquerda entra na Rua da Reboleira, uma das ruas que mais traduz a antiguidade do Porto. Nota algumas casas medievais, principalmente a de nº 55, gótica, com duas belas portas em forma de ogiva. (séculos XIV e XV) E vai devagar, para perceber a movimentação dos moradores - eu gostava de passar por ali. Ao final segue pela esquerda, já à beira do rio, em direção à Foz. Do outro lado da rua, logo à frente, vai aparecer a Freguesia de Miragaia, que merece um post inteiro. Minha sugestão é que pedales pelo lado direito da rua, nos trilhos do eléctrico, notando Miragaia e suas casas com arcos no térreo e roupa pendurada nas janelas.

Rua Nova da Alfândega e início de MiraGaia

Logo depois, à esquerda, aparece a Alfândega Nova, que já foi uma importante Estação Ferroviária e hoje abriga exposições e eventos de moda, gastronomia, etc. Lá funciona o Museu dos Transportes e Comunicações, que conta com exposições permanentes – gostei da “O Automóvel no Espaço e no Tempo”.  A partir daí é curtir o caminho, que não é uma ciclovia demarcada, mas muitos  a usam como tal.   

Passas logo pelo Museu do Vinho do Porto, ao lado da Brigada Fiscal da GNR:

 

 O interessante é que o panorama sempre muda, pois podes passar pela ponte de ferro ou optar por andar em uma rua de paralelepípedos, à direita da Avenida - a Calçada de Monchique. 




Ao fundo, a Alfândega Nova



Pela esquerda atravessas a ponte por um trecho da ciclovia que fica por fora dela, acima do rio. 






Aqui, a entrada para a Rua da Restauração, que vai até a Baixa do Porto...







Desse lado tem uma parte gramada, em frente ao Museu do Carro Eléctrico, que, diga-se, achei muito fixe. Se optares por uma visita em outra hora, o ticket do Museu dá direito ao retorno ao centro antigo. De eléctrico, claro, para entrares no clima.


Esses e vários outros modelos.

















De volta ao lado esquerdo da avenida, mais à frente e depois da moderna Ponte da Arrábida, há uma ponte de madeira e um trecho que termina numa colônia de pesca, seguido pelo Farol de São Miguel-O-Anjo (desativado), que existe desde o Século XVI e hoje está quase escondido pelo edifício da Guarda Fiscal. Segundo pesquisei, foi o 1º farol da costa portuguesa.  

Farol de São Miguel-O-Anjo, à direita
Logo em seguida o Jardim do Passeio Alegre merece abandonar a beira-rio por uns instantes, principalmente se quiseres ir à casa de banho. Mesmo que não, note este banho antigo e as casas centenárias que envolvem o Jardim. O Chafariz do Passeio Alegre, Monumento Nacional (Nicolau Nasoni, séc. XVIII), fica bem no centro da praça. Gosto daqui. Já estás na Foz e, a partir do castelo (Forte de São João Baptista da Foz), contas com ciclovia até Matosinhos. Parênteses: esse castelo tem “muita é” história. Ali foi o primeiro acto de reação portuguesa contra a ocupação de Napoleão (1808) e no século XX morou Florbela Espanca (!), esposa de um dos oficiais à época. 



Em alguns pontos abaixo da ciclovia há bons cafés, que chamam para um pit stop. Depois desse pedal todo, vai bem um fininho no Shis, na Praia do Ourigo, que tal?  Esse sítio funciona também à noite, quando candeeiros são acesos na esplanada e o sofisticado restaurante ganha pontos com a com a iluminação interna e o bom serviço. 

Esse é um belo trecho. Por baixo vais à beirinha da areia e outros cafés. Por cima, a Avenida do Brasil continua na Av. De Montevidéu até o Castelo do Queijo. Tás com a câmera à mão, pois não? Na parte da tarde a luz é bem bonita nesse trajecto. 




 
Avenida Brasil



Pérgola da Foz

O destaque aqui é para a Pérgola da Foz, construída em 1930 na Praia dos Ingleses, que eram maioria na Foz do Século XIX e trouxeram esse costume de passeios à beira-mar. 







Essa longa avenida termina no Castelo do Queijo, à frente de uma grande rotunda com a estátua de D. João VI (sim, aquele). Disseram-me que ele está voltado para o Brasil, mas não juro. A curiosidade é que a estátua é idêntica à que está na Praça XV, no Rio de Janeiro.
Ao final da rotunda há uma ligação direta com o Parque da Cidade, onde recomendo fortemente ao menos uma volta. Maior parque urbano do país, com 83ha, é um espaço muito bem cuidado, mas (achei) pouco aproveitado pela população do Porto. Se fosse no RJ, não dava pra quem quisesse. Patos bravos, cisnes, gansos, “galinhas de água” e 140 espécies de plantas na beira do Atlântico. Uma beleza. 



É quase rectangular e o que sugiro é que o percorra sempre por fora na subida, até passar pelo Centro Equestre e pelo Pavilhão da ÁguaAs crianças da foto brincam com painéis solares, que geram energia para aumentar ou diminuir chafarizes que estão à frente delas. Giríssimo...

Daí é sempre a descer, por qualquer caminho.

Na saída do Parque vais passar pelo Edifício Transparente, onde muitas vezes parei para um café em um dos restaurantes. À frente fica o Castelo do Queijo e a praia. Presta atenção aos serviços do lugar: Ginásio (academia de ginástica) que eventualmente faz aulas ao ar livre, escola de surf, guarderia e duche para surfistas, vários bares, aluguer de bikes... Para voltar não precisas pedalar o mesmo percurso. Vais pela Praia de Matosinhos até o final e pegas o metro na estação Matosinhos Sul, trocas de linha na Trindade e vais pela Linha D até a estação São Bento. Daí é ladeira abaixo para devolver o camelo. Se for o caso, com o mesmo título sobes o Funicular e já estás no metro de novo. Cidade com transportes integrados é assim... Foco no cliente!!!
Importante: bikes são permitidas no metro, mas sempre na última carruagem.
Distância: essa brincadeira é de aproximadamente 17 Km.
Se a idéia for percorrer boa parte deste percurso mas a bike estiver fora de questão, o eléctrico Linha 1: Passeio Alegre-Infante faz o percurso pela marginal do Douro, entre o Infante, perto da Ribeira, e o Passeio Alegre. Há paragens intermediárias (Alfândega e Museu do Carro Eléctrico, por exemplo). Vê aqui os horários e utiliza o Título Andante Z2.

Para fechar o post, uma imagem do final de tarde neste lado da cidade...

 
 
 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Restauração


Assim é chamado o sector que abrange alimentação (restaurantes, fast food, etc). Todos os restaurantes oferecem algumas opções baratas de “Prato do Dia”, ou “Almoço Executivo”, sempre entre segunda e sexta-feira: entrada (geralmente sopa e pão) e prato principal. Em alguns inclui também a bebida (réfri, água, sumo ou vinho), sobremesa e até café. Os preços variam entre (pasmem) € 5 e € 15. Até experimentei algumas boas opções por € 5, mas as melhores estão a partir de € 7. No Porto, indico logo a que gostava mais:


A Quinta da Boeira  é uma antiga propriedade de produtores de Vinhos do Porto, totalmente reformada e mantida por uma espécie de Confraria. Um grupo de amigos/investidores modernizou as instalações da lindíssima casa do séc. XVIII, onde hoje funciona um bom restaurante e ambiente para recepções, casamentos, etc. À noite há serviço a la carte normal, mas a minha sugestão é ir lá almoçar, para ver com maior detalhe o interior da casa e os jardins. O almoço executivo, com entradas (óptimas!!), sopa ou salada, duas opções de prato do dia, vinho, sobremesa e café, custa 15 euros. Pede ao garçom para subir e ver os antigos aposentos da última dona e ele te acompanhará, com satisfação. Rua Conselheiro Veloso da Cruz, 608 - Gaia. Da Ribeira de Gaia para lá um taxi é bem barato, cerca de € 5 ou € 6. De metro é pegar a linha amarela (linha D) até a estação Câmara de Gaia e descer a rua da Câmara (Prefeitura) por uns 10 minutos.

Atualização em 14/08/2013: a Quinta da Boeira tem novidades (clique aqui)! Achei fantástica a ideia e fiquei curiosíssimo para conhecer. Gosto muito desse lugar, que é bem mais que um restaurante. Fica muito perto de onde morei e lá estive para muitos e excelentes almoços.

Quinta tradicional, ligada aos Vinhos do Porto
Se não fores lá vou ficar chateado, a Boeira é dica de insider!! :)

Se quiseres fazer compras, uma das opções é o Corte Inglez, que fica na estação seguinte do metro (João de Deus). É a estação que fica mais próxima do ap em que morei.

Dica: Em Portugal é comum que os restaurantes apresentem diversas opções de entradas, com pães, manteiga, queijos, azeitonas, “rissóis” (risoles), etc. Normalmente o couvert não é cobrado no total, como no Brasil. Paga-se o que se come. A manteiguinha tem um preço, o pão, cada item. Confira no cardápio o preço dos acepipes.

O restaurante Barão de Fladgate é óptimo, um belíssimo visual. Não é dos mais baratinhos, mas é justo. A recomendação é de um almoço, pela vista linda da cidade e pela comida e ambiente. Essa é uma opção que deve ser combinada com uma visita (gratuita) às caves tricentenárias da Taylor's. As visitas à noite só se realizam com marcação prévia.  Ao chegar, reserva logo uma mesa de frente para o Rio Douro, na varanda,  faz a visita às caves e depois escolhe um bom vinho da carta diversificada que eles oferecem, com representantes líquidos e certos de muitas regiões vinícolas do país. A carta de Vinhos do Porto, claro, conta com toda a linha de vinhos da Taylor's, além de outras pérolas.

Mas, porque o parágrafo acima está em itálico? Desfrutei, em junho/2012, de um belíssimo almoço no restaurante do Yeatman, a primeira unidade hoteleira vínica de luxo de Portugal. Com uma visão espetacular do Porto, ali podes  entender o porquê da estrela Michelin que foi atribuída a ele. 

Até com essa fog o Porto é uma beleza...
Segundo o que o site cita, "harmonizamos uma cozinha de imaginação, na qual os sabores tradicionais portugueses são interpretados e apresentados num estilo contemporâneo". É exatamente isso. O atendimento é precioso e todas as fases do almoço foram perfeitas. "Boas Vindas do Chef" com um espumante tuga ou um Porto Branco. Entrada e prato principal com o vinho da semana (que dei a sorte de ser o Crasto Vinhas Velhas) e sobremesa acompanhada de um LBV da Taylor's. Fiquei entretido com tudo e fotografei apenas os primeiros pratos:

"Seja bem-vindo"...
Espuma de caril na entrada.












O menu que é servido aos almoços durante a semana e o valor são sempre actualizados aqui.






Combinado com a mais diversificada garrafeira (adega) de vinhos portugueses e com preço similar ao do restaurante Barão de Fladgate, da Taylor's, um almoço por aqui proporciona uma experiência (ao menos para mim) mais satisfatória. Não deixes passar essa.

 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um Café?

O café é uma verdadeira instituição tuga. Presta atenção nas ruas, é impressionante a quantidade de cafés espalhados por todos os lados. Seria o equivalente, no Rio de Janeiro, às lojas de sucos...
Em Portugal, o hábito de tomar café fora de casa começou logo após 1900, mas hoje em dia qualquer coisa é motivo pra um café. Depois das refeições é garantido. E é comum almoçar em um lugar e tomar café em outro – num café. Muitas padarias tem cafés, com mesinhas, os shoppings têm quiosques de café, o supermercado é uma loucura de opções e todas as marcas disputam os clientes com brindes e opções de torragem, café pra máquina expresso, pra café coado, etc. As esplanadas, então, sem café, não seriam as mesmas. Ah, e tem a “Regra dos 10 cafezinhos”, que tive que aprender logo, logo. “Diz a lenda” que as gajas tugas somente te beijarão depois da conversa equivalente a 10 cafezinhos. Soube disso logo que cheguei em Portugal, pra passar ao menos 2 anos!! Hora de pensar “onde vim me meter”.  Estou a brincar, tudo ao seu tempo... De qualquer forma, viciei-me em café, pá!!
Café em Portugal:
  • Se gostas da chávena (xícara) cheia ao tomar um expresso, pede um “café cheio”. O normal é o café ser servido em ½ chávena, o “café curto”;
  • O café com leite é a “meia de leite;
  • O café pingado é o “pingo”. E o café mais fraco é também chamado de “carioca” (ou "carioca de café");
  • É muito comum o “carioca de limão”, uma infusão, como um chá, feito com casca de limão e água e servido em uma chávena de café.  Eu gosto. Acho que é o produto com maior valor agregado que já vi ;)
  • Um expresso pode custar entre € 0,5 e € 1,0, a depender do sítio. No Palácio do Buçaco, por exemplo, custa € 2,5.
O Café Majestic é emblemático. Assim como a Livraria Lello, é um lugar que não se pode deixar de ir no Porto, mas fecha cedo, vai de dia. A sala com espelhos de cristal de Antuérpia, chão de mármore indiano, mesas lindas de madeira e mármore, a louça antiga, é um lugar para sentar e perceber cada detalhe. Se tiveres sorte, ouvindo boa música, tocada no piano de cauda da casa. Bom café, meia de leite (café com leite) de primeira e a chance de viajar até a década de 20 do Porto. Não perca esse embarque! Caso apeteça, prova a caravela, que é um prato de melão, com o presunto montado como uma vela de barco. Vai à casa de banho e passa pelo Jardim de Inverno. Faz fotos e depois me diz, ok? Algumas sugestões para um café:
Café Progresso (esse eu gosto - foi remodelado mas existe há 110 anos). Rua Actor João Guedes, nº5. Perto dos Clérigos. A região tem vários bares “alternex”, que recebem parte da juventude tripeira na noite. Vale uma investigada, caso o roteiro noturno passe ali por perto. Tem também o Café O Guarani, fundado em 1933. Nada de muito especial,  mas vais passar por ele, nos Aliados. As referências tropicais são para o Brasil, como primeiro produtor mundial de café, no século XX.
O Café “A Brasileira” foi inaugurado em 1903, antes da sua filial famosa de Lisboa. Um farmacêutico tripeiro fez fortuna com café no Brasil e ao voltar  investiu em uma torrefação no Porto e oferecia uma chávena de café para as pessoas que compravam um saco de grãos. Deu certo. Com um magnífico pára-sol de ferro e vidro, agora é restaurante e “Il Caffè di Roma”, pertencente a uma cadeia de franchising e que se pode ver um pouco por toda a parte, mas nunca numa sala com tanta beleza.  O imóvel ocupa a esquina das ruas de Sá da Bandeira e do Bonjardim. Até hoje é possível ver, em azulejos ou pintado em alguns muros da cidade, o slogan utilizado há cem anos: "O melhor café é o da Brasileira".
No mínimo para fazer boas fotos, visita o Café Bogani, na Ribeira de Gaia. Fica em uma espécie de "mall" de restaurantes na beira do Douro, do lado de Gaia. Modernoso e com poltronas Philippe Starck, perfeitas para admirar o visual lindo do Porto, Douro e pontes. Recomendo o final da tarde, após uma visita às caves de Vinho do Porto, que são logo ali. Essas visitas estão em todos os guias, mas se quiseres aprofundar-te um pouco mais sobre o assunto, lê o post sobre vinho, que publico em breve aqui, no SucaTrips!.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bombarda


Informe-se sobre a localização da Rua Miguel Bombarda, é relativamente perto dos Clérigos. É o reduto de alguns estilistas, artistas e designers do Porto, que têm lojas e galerias espalhadas por lá. Lê um pouco sobre isso em  O Porto Cool. Como o nome diz, esse é um óptimo blog sobre o lado “cool” do Porto, com atualizações constantes. Em 2008 comemorei meu aniversário na área, no Clube da Gula. O nome é meio guna (cafona, brega) mas o restaurante é bom e tem uma loja gourmet. O menu degustação (noite) sai por cerca de  € 25, mas durante o dia eles oferecem pratos executivos por preços camaradas. Fica numa galeria bacana, o Centro Comercial Bombarda (CCB), com café, lojas de móveis e roupas, uma bacaninha de artigos de cinema, etc.

O Clube da Gula pode ser uma boa opção noturna, mas o ideal é visitar essa região durante uma tarde. Para chegar direto no CCB dê a volta pela direita do Hospital Santo António e cruze o Jardim do Carregal na diagonal, pegando a Rua Prof. Jaime Rios de Sousa, que termina lá. Este é o último jardim romântico do Porto (1897) e mesmo com sua área mínima, guarda exemplares interessantes, como Sequóias Gigantes e o Cedro do Líbano. É bom dizer que a Bombarda não é propriamente uma rua bonita ou charmosa, mas a região tem mais de 20 galerias de arte e outras atrações, tipo lojas "trendy" e de produtos biológicos. Um exemplo é o Artes em Partes, prédio antigo que reúne lojas de diferentes conceitos, com um comércio mais autoral em comum. No térreo fica o "Rota do Chá", onde dá pra experimentar uma variação zen desse tema no jardim interno deles. Se estiver frio, melhor ainda, dá pra provar mais de uma das 300 opções que eles oferecem. E há mais: cafetaria bio e produtos biológicos no “Quintal”, (esquina da Rua do Rosário com a Miguel Bombarda) ou a “Muuda”, que fica diferente a cada visita - vende t-shirts e roupas com design diferenciado, Sabonetes Confiança, livros de arte, enfim, vende "de um tudo..."

Jardim oriental. Fonte: restauranteitamae.blogspot.com
  
Na Bombarda está o Itamae, o mais antigo restaurante japa do Porto, que foi adquirido por um artista plástico e transformado numa belíssima mescla do oriental clássico com a modernidade. De 2ª a 6ª há  almoço executivo por 10.  Miguel Bombarda, 216.



Se a idéia for um almoço em ambiente mais requintado, poucos metros faltam para o Artemisia (Rua Adolfo Casais Monteiro, 135), restaurante recomendado pelo Guia Michelin. Olha o Menu Executivo...  Na Gato Vadio há um pouco de tudo (cafetaria, livraria, design). Depois de circular pela região, vai bem um drinque ou um café no seu ambiente tranquilo e com boa música. Rua do rosário, 281.
Há ainda o Bugo Art Burgers, mas esse não conheci. Fica aqui a referência de um hamburguer "gourmet" a ser degustado em um ambiente sofisticado e personalizado. A conferir!
"Spots" da Miguel Bombarda. São todos próximos...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Baixa - Da Batalha ao Bolhão



Rua 31 de Janeiro
Ao fundo, igreja na Praça da Batalha

A leste dos Aliados alguns pontos merecem uma espiadela. Faz isso, esse passeio vale um investimento de duas horitas. Apesar de uma grande interferência urbana, a zona, com muito comércio, ainda preserva alguns belos prédios "Arte Nova" (Art Nouveau), bons cafés e restaurantes. Uma idéia é partir da Estação São Bento e, logo na primeira rua à direita (Rua 31 de Janeiro), começar a bater perna por ali.

O nº 174 já mostra um bom exemplo, a casa Vicent (difícil não notar o dourado), onde hoje funciona uma loja modernex, a Bench. No nº 200 a antiga Ourivesaria Cunha segue a mesma linha, com a escultura "Grupo de Amores" acima da porta. Na esquina acima mais duas jóias: De um lado, a Casa Reis & Filhos – hoje uma loja streetwear - tem uma fachada preta bem diferente da Vicent, ultra-dourada. Tanto essa (Reis & Filhos) quanto a ourivesaria ainda conservam elementos originais. Se a curiosidade bateu, entra e vê. Logo em frente, a Livraria Latina se mantém como uma das mais antigas do Porto. Mas por que tantos detalhes? Logo que cheguei no Porto eu costumava parar cada dia em uma estação do metro diferente, sair e procurar um lugar novo para almoçar. Uma boa forma de conhecer aos poucos a cidade. Lembro-me bem que parei muitos dias na Estação Bolhão e andei muito nessa região. Mesmo que tenhas pouco tempo na cidade, aproveita e tenta tirar o máximo dela.

Antes de entrar à esquerda na Rua de Santa Catarina, cabe um "alô" sobre a Praça da Batalha. Os guias e sites sobre o Porto citam que o nome vem de uma sangrenta batalha dos habitantes do Porto contra os Sarracenos que dominavam a Andaluzia no Século X, liderados por Almançor (ou Al-Mansor).  Os portuenses foram derrotados e a cidade foi completamente destruída. A Praça foi urbanizada em 1861 e em Fevereiro de 1927 houve uma não menos sangrenta batalha, dessa vez com metralhadoras e artilharia forte contra a ditadura militar, menos de um ano após a chegada de Salazar ao poder. Logo ao virar para a Praça, à esquerda, fica o Cine-Teatro Batalha (1908), que além de cinema e teatro (óbvio), oferecia exposições e shows. Depois da n-ésima remodelação, em 2006 passou a contar com os bares Disco Volante e um restaurante com esplanada, mas soube que voltou a fechar, o que é uma pena. Ao lado do Cine fica o Palácio da Batalha, que fez as vezes de hospital de sangue durante o já tão falado Cerco do Porto. A  estátua em frente é do Rei D. Pedro V, o "Rei Muito Amado", neto de D. Pedro I do Brasil (filho de D. Maria II). Do outro lado da praça fica o Teatro Nacional São João, nome dado em homenagem ao então Príncipe Regente, futuro D. João VI. Inaugurado em 13 de Maio de 1798, seu aniversário, foi o primeiro edifício construído no Porto com a finalidade única de apresentar espectáculos. Após o incêndio que o destruiu em 1908, foi novamente inaugurado em 1920, com projecto de José Marques da Silva , o mesmo da Estação São Bento, Edifício "Grandes Armazéns Nascimento"  (falo sobre esse em seguida) e do Edifício "A Nacional", o primeiro do lado esquerdo da Av. Dos Aliados. Essa fase coincidiu com uma actividade teatral decadente e o Teatro funcionou basicamente como cinema. Já degradado, foi adquirido pelo Estado e voltou a funcionar regularmente em 1995. Verifique a programação, esse seria um óptimo começo de noite no Porto.

É só escolher o espetáculo. Fonte: www.tnsj.pt

De volta à Rua de Santa Catarina. Há um pequeno trecho em que carros e eléctricos circulam, mas a partir da esquina com a Rua de Passos Manuel e durante uns 500 m, só pedestres. Na esquina ficam as Galerias Palladium, onde já funcionaram os Armazéms Nascimento e o Café Palladium, referências de décadas passadas. A arquitectura é um destaque, hoje em dia comprometido por muita poluição visual e com o interior totalmente descaracterizado pela C&A e pela Fnac. “Vá lá que a Fnac não fica lá mal”, já ouvi isso, mas dá pena não ter conhecido o original, que durou até perto da década de 80. Dica:  A cada 3 horas (3, 6, 9...) surgem do relógio quatro imagens que representam personagens relevantes do Porto: o Infante Dom Henrique, Almeida Garrett, São João e Camilo Castelo Castelo Branco. As imagens “andam” do lado de fora por dois minutos e depois entram para esperar por mais três horas. 

O Camilo Castelo Branco foi o primeiro escritor tuga a viver exclusivamente da profissão. Apesar de ser alfacinha (lisboeta), estudou no Porto e aqui protagonizou uma história que merece mais um desvio do assunto desse post (que vai acabar maior do que devia). Ficou órfão cedo e teve uma vida que poderia ter sido contada em uma de suas novelas, se é que não as inspirou. Casou-se pela primeira vez aos 16 anos (em 1841) e aos 21, já vivendo na boemia, rapta outra mulher e vem para o Porto. Atitude o cara tinha. "A beleza é o poder moderador dos delitos do coração", dizia ele... É preso por bigamia e quando consegue a liberdade acha finalmente a mulher que nunca imaginara encontrar – Ana Plácido. Só que a gaja é casada com um rico comerciante brasileiro (mas, Ana...) e com isso o escritor resolve ficar recluso no Seminário do Porto, quando se torna amante de uma freira (mas, Camilo...). Não satisfeito, seduz e rapta Ana Plácido e passam algum tempo “a monte”, mas são presos (1860), acusados de adultério pelo corno brazuca. Inicialmente ela se entrega mas depois também ele, poucos meses após ter fugido à justiça. Foi na Cadeia da Relação, quando eu estava a visitar o CPF pela primeira vez, que eu soube dessa história fantástica. Lá ele escreveu Memórias do Cárcere (nada a ver com Graciliano Ramos) e deixou a opinião pública dividida entre a pegada romântica do caso e os padrões da época. O facto é que foram absolvidos e passam a morar juntos em Lisboa (1863), mas ainda não acabou. Dos seus três filhos, um era “oficialmente” do comerciante (o brazuca, lembras?). Com a morte deste, Ana passa a administrar a fortuna herdada pelo primeiro filho. Finalmente, em 1888, casam-se e continuam juntos para sempre. Nesse caso, até 1890, quando ele suicida-se. Ela viveu até 1895. É, tem horas que eu acho que, mesmo depois de já ter feito tanta coisa, minha vida é meio parada :)
 
Um assunto leva a outro, mas voltemos à esquina. Essa região da Passos Manuel é um caso à parte. Figuras da cena “cool” do Porto sempre pousam por aqui, tanto nos lançamentos de livros, exposições ou festas, enfim, assunto é o que não falta no “Maus Hábitos”. Além de um bar “descolado” para a noite, que fica aberto até as 4h nas sextas e sábados, oferece um bom almoço vegetariano. E é barato: O menu completo custa 8  (entrada, sopa, bebida, prato, sobremesa e café) e o económico, sem sobremesa, 6. É simples, mas é legal. Fica na Rua Passos Manuel 178, 4º andar. Em frente, no nº 137, o Cinema Passos Manuel propõe festas constantemente e apresenta cinema “cabeça”. David Lynch por lá é quase comercial...

E também por ali fica o Coliseu do Porto, uma casa de espectáculos Art Déco com 3000 lugares, muito frequentada pelos portuenses. Surgiu onde antes existia o Salão Passos Manuel, no início do século XX e, de acordo com o site, “Era um lugar elegante, sofisticado, moderno, baseado nos jardins parisienses da época, e proporcionava todo o tipo de entretenimentos: café-concerto, music-hall, esplanada e cinematógrafo”. Em 1995 foi objecto de interesse da Igreja Universal do Reino de Deus, mas resistiu ao assédio graças à intervenção de personalidades do meio artístico. Em 96 um incêndio prejudicou bastante as actividades do Coliseu, mas o espaço hoje oferece ao Porto uma agenda constante e diversificada. Lá eu vi, por exemplo, a Adriana Calcanhoto, o Emir Kusturica e a ópera Aida, de Verdi. Os lugares mais altos (e mais baratos) não são lá confortáveis...  Para 2011 estão previstos Buena Vista e Stomp, antena-te!


É ou não é "chic" ??
Na primeira quadra do trecho pedonal (para pedestres) da Santa Catarina, dois belos prédios. À direita, nº 122 (ias ver de qualquer jeito), um dos lugares emblemáticos do Porto - o Café Majestic.  Na inauguração chamava-se Elite, nome que deixava claro a qual público era destinado, nesta que já foi a área central da cidade (de certa forma, ainda é). Teve décadas de glória, mas da mesma forma que outros lugares da cidade, degradou bastante entre os anos 60 e os 80, quando finalmente foi reconhecido como património cultural. Adquirido pelos actuais proprietários, entre 1992 e 1994 foi inteiramente restaurado para apresentar novamente o traçado original. Segundo o site, “É a belle époque de volta ao Porto”.


Logo depois, à esquerda, fica o clássico Grande Hotel do Porto (1880), o mais antigo da cidade, que foi reformado em 2002 e certamente é uma boa opção de hospedagem.Verifica no site as promoções que o hotel sempre oferece, podem ser atraentes. Em 1889 foi este hotel o primeiro pouso em Portugal de D. Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina em Portugal, após a Proclamação da República no Brasil. Era 24 de Dezembro e apenas 4 dias depois a Imperatriz aqui faleceu. Vem daí o nome do elegante restaurante (D. Pedro II), estilo renascentista. Dica: Se estiver por ali na hora do almoço, o executivo da casa custa 13,50, com entrada (sopa ou creme) e duas opções de prato. Bebidas à parte.
Mais uns passos e chegas à esquina com a Rua Formosa, onde, logo abaixo à esquerda, fica o Mercado do Bolhão. A idéia de concentrar os diversos mercados da cidade vem desde o Séc. XIX, mas o actual prédio (que precisa de uma boa reforma) foi inaugurado em 1914, onde um dia já houve uma nascente de água – uma bolha, como eram chamadas as nascentes – no terreno de uma quinta. Hoje o Mercado está no centro de uma grande discussão sobre a sua revitalização, com debates acalorados entre grupos que querem manter as características do Mercado e empresários que querem demolir todo o seu interior, construir apartamentos de luxo e centro comercial. Discussões políticas usuais entre os humanos... É um belo prédio, com uma diversidade interessantíssima de pessoas e artigos frescos, como flores e frutas, tudo dividido por zonas. De peixes e carnes até pequenos restaurantes, ainda traz a tradição do comércio local. Em volta dele ainda é possível conhecer algumas mercearias antigas, que vendem de tudo um pouco. A mais conhecida é a Pérola do Bolhão, mas se circulares por ali vais ver outras.

Na Rua Formosa, nº 303, fica o Clube Nacional de Montanhismo , do qual fiz parte por um pequeno período de tempo. Logo abaixo da “Pérola”.

Como sugestão, podes contornar o Mercado do Bolhão e, pela Rua de Fernandes Tomás, retornar à Santa Catarina. Logo na esquina dessas duas ruas a Capela das Almas (século XVIII) vai chamar a atenção, pela linda parede coberta de azulejos (1929) sobre a vida de São Francisco de Assis e de Santa Catarina. Desde o século XVI o azulejo é usado em Portugal para a ornamentação de interiores, mas no Porto este ícone estético tuga só é amplamente utilizado a partir do século XIX.  
Dica: Como morei no Porto não há aqui no Sucatrips muitas dicas de hospedagem, mas um casal de amigos de Barcelona passou umas noites na Pensão do Norte (Rua Fernandes Tomas N.º 579) e gostou muito do custo-benefício. O hotel foi completamente reformado e fica bem no coração da Baixa do Porto e a 30 m da Estação Bolhão, linha F do metro, que vai da Estação de Comboios de Campanhã ao Aeroporto.
Por fim, ali pertinho fica o Via Catarina, shopping com marcas conhecidas (Geox, Nike, H&M, etc) e praça de alimentação com decoração tipicamente portuguesa. 

Linha 18 na Restauração, prestes a subir para o Carmo
 
A região pode ser vista a bordo de eléctricos (bondes), sendo os cartões Andante válidos para os trajectos. A Linha 22  circula entre a Batalha e o Carmo, passando pelas principais vias da Baixa (horário). A Linha 18  liga a Ribeira ao centro da cidade, no Carmo (horário). A combinação dessas duas linhas é um passeio fantástico pelo Centro Histórico do Porto, ao alcance de um título Z2 do Cartão Andante, que a essa altura já deves ter nas mãos!!!  Veja o mapa.

Ora, então diz-me lá. Tás ou não a gostar? Continua...